Na manhã desta terça-feira (15), representantes do setor produtivo brasileiro se reuniram com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, para discutir a recente imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante o encontro, que contou com a presença dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e Rui Costa (Casa Civil), os empresários solicitaram que o governo evite retaliações e busque uma prorrogação do prazo de quinze dias para a implementação da nova tarifa.
Dezoito representantes de associações de classe e grandes empresas participaram da reunião. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, ressaltou que uma retaliação não seria prudente e defendeu uma abordagem técnica e pragmática nas negociações. A solicitação ocorre um dia após a sanção da “lei de reciprocidade” pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que permite ao Brasil adotar medidas contra países que impuserem barreiras comerciais.
A nova legislação, no entanto, deve ser utilizada como último recurso, segundo a senadora Tereza Cristina (PP-MS), vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária. A sanção da lei foi interpretada como uma resposta política ao governo Trump, especialmente em um contexto de crescente tensão bilateral, após o anúncio da sobretaxa, que Trump justificou como uma proteção à indústria americana.
Alckmin, durante a reunião, classificou as tarifas como “absolutamente inadequadas” e destacou que o Brasil mantém um déficit comercial com os EUA. Ao final do encontro, o vice-presidente informou que o governo brasileiro está preparando uma carta oficial ao governo americano, solicitando a prorrogação do prazo de negociação, com o objetivo de evitar prejuízos significativos para setores estratégicos da economia brasileira e preservar o relacionamento entre as duas nações.