O agronegócio brasileiro expressou preocupação após o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de elevar a tarifa de importação para 50% sobre produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto. A medida, divulgada na noite de quarta-feira (9), pode impactar significativamente as exportações de café, suco de laranja e carnes, setores que dependem fortemente do mercado americano.
Marcos Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), alertou que o aumento tarifário resultará em custos mais altos para os consumidores de café nos EUA, que é o maior mercado consumidor do produto. No caso do suco de laranja, a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) destacou que a nova tarifa representa um acréscimo de 533% sobre os valores já existentes, tornando inviáveis as exportações para o país.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) também manifestou preocupação, afirmando que o aumento nas tarifas afetará negativamente o setor de carne bovina, dificultando o comércio internacional. Em resposta, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, classificou a medida como "indecente" e afirmou que o governo brasileiro está buscando novos mercados, especialmente no Oriente Médio e na Ásia.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) também criticaram a decisão, ressaltando que a imposição de tarifas unilaterais prejudica tanto empresas quanto consumidores em ambos os países. As entidades pedem um diálogo contínuo e diplomático para mitigar os impactos da nova política comercial americana.