O setor de rochas naturais do Brasil, liderado pelo Espírito Santo, prevê perdas significativas devido à nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Desde o anúncio feito pelo ex-presidente Donald Trump, mais da metade dos embarques de rochas naturais para o país norte-americano foram suspensos, resultando em um prejuízo estimado de US$ 40 milhões até o final de julho. A Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas) informou que cerca de 1.200 contêineres deixarão de ser embarcados até o dia 31 de julho, com a maioria das exportações originando-se de portos capixabas.
Embora a tarifa ainda não tenha entrado em vigor, programada para 1º de agosto, os exportadores já sentem os efeitos da medida. Tales Machado, presidente da Centrorochas, destacou que os clientes estão adiando os embarques, aguardando uma definição sobre a aplicação das tarifas. Os Estados Unidos são o principal mercado para as rochas naturais brasileiras, representando 62,4% das exportações do setor em junho de 2025.
Empresários norte-americanos estão se mobilizando para pressionar o governo dos EUA a reverter a decisão, reconhecendo o impacto negativo que a tarifa terá sobre os importadores. A Centrorochas também alertou que a diversificação de mercados não é uma solução viável a curto prazo, uma vez que as características técnicas das rochas brasileiras atendem especificamente à demanda dos EUA, e não há outros mercados capazes de absorver o volume necessário.
O Espírito Santo, responsável por 82,85% das exportações de rochas naturais do Brasil de janeiro a junho de 2025, enfrenta um cenário desafiador. A maioria das exportações consiste em chapas polidas de mármore e granito, que possuem alto valor agregado e são essenciais para o mercado externo.