O setor de rochas naturais do Brasil enfrenta uma crise significativa após o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que entrará em vigor em 1º de agosto. Desde a divulgação da medida, mais da metade dos embarques de rochas naturais para os Estados Unidos foi suspensa, resultando em uma estimativa de perda de US$ 40 milhões até o final de julho, segundo a Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas).
A suspensão afeta diretamente 1.200 contêineres que deveriam ser embarcados, principalmente a partir do Espírito Santo, o maior exportador do país. Tales Machado, presidente da Centrorochas, informou que os clientes estão adiando os embarques enquanto aguardam mais clareza sobre a aplicação das tarifas.
Empresários norte-americanos também demonstraram preocupação com a situação e se reuniram para pressionar o governo dos EUA a reconsiderar a tarifa. O Natural Stone Institute, uma entidade do setor, reconheceu o impacto negativo da medida sobre os importadores americanos.
A diversificação de mercados não é uma solução viável a curto prazo, segundo a Centrorochas, uma vez que os Estados Unidos representam o principal destino das rochas brasileiras, com características técnicas específicas que dificultam a redirecionamento das exportações para outros países. Em junho, os EUA foram responsáveis por 62,4% das exportações de rochas do Espírito Santo, evidenciando a dependência do setor em relação ao mercado americano.