Representantes do governo de Mato Grosso do Sul se reuniram com líderes do setor de mineração para discutir os efeitos da tarifa extra de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, alertou que a medida pode causar sérios danos ao setor de ferro gusa, que exporta 91% de sua produção para o mercado americano.
Em 2024, o estado enviou US$ 123,6 milhões em ferro gusa para os Estados Unidos, e a nova taxação pode levar a paralisações e cortes de empregos nas três empresas que operam nesse segmento em Mato Grosso do Sul. Verruck destacou que a competitividade do ferro gusa no mercado americano será comprometida, forçando as empresas a redirecionar suas produções para o mercado interno, o que poderá resultar em uma redução da atividade industrial.
O governo estadual busca acelerar negociações para manter contratos existentes e preservar a produção. O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (FIEMS), Sérgio Longen, enfatizou a importância do setor, que exportou cerca de 94 mil toneladas de minério no primeiro semestre de 2025, somando US$ 40 milhões. Além disso, a tarifa também afeta o setor de pecuária, levando frigoríficos a suspender a produção de carne destinada aos EUA, uma medida logística para evitar acúmulo de estoques diante da inviabilidade financeira causada pela nova taxação.