O governo de Mato Grosso do Sul se reuniu com representantes do setor de mineração para discutir os impactos da tarifa extra de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A medida, que pode afetar drasticamente o setor de ferro gusa, foi destacada pelo secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, em um encontro realizado na última semana. O estado exportou US$ 123,6 milhões em ferro gusa para os EUA em 2024, representando 91% de sua produção.
Verruck alertou que a nova taxação pode levar a paralisações e desemprego nas três empresas que operam na produção de ferro gusa em Mato Grosso do Sul. Ele enfatizou a dificuldade de competir no mercado americano sob essas condições e a necessidade de redirecionar a produção para o mercado interno, o que resultaria em uma redução da atividade industrial no estado. O governo estadual está buscando acelerar negociações para manter contratos e minimizar os impactos da tarifa.
Além do setor de mineração, a pecuária também enfrenta desafios devido à nova taxação. Frigoríficos de Mato Grosso do Sul suspenderam a produção de carne destinada aos EUA, conforme informou o Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados (Sincadems). A paralisação, que envolve pelo menos quatro frigoríficos, é uma medida logística para evitar o acúmulo de estoques, já que a exportação se tornou financeiramente inviável. O vice-presidente do sindicato, Alberto Sérgio Capucci, destacou que a produção nacional segue normalizada, mas a situação exige atenção e negociação para evitar perdas significativas no setor.