A Polícia Civil prendeu preventivamente, nesta terça-feira (22), Edson Aparecido Campolongo, de 68 anos, suspeito de participar de ao menos 18 ataques a ônibus na capital e na Grande São Paulo. O servidor público, que atuava como motorista na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), foi detido em São Bernardo do Campo após investigações que o ligaram a uma série de vandalismos ocorridos desde junho.
Campolongo admitiu ter participado de 17 ações, alegando que suas motivações eram para "consertar o Brasil". Ele possui um perfil ativo nas redes sociais, onde frequentemente publicava críticas ao governo atual e apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O delegado Júlio César Teixeira, responsável pela investigação, informou que o suspeito não é filiado a partidos políticos ou sindicatos, embora a polícia esteja considerando disputas sindicais como uma possível causa para os ataques.
Os ataques, que resultaram em 530 incidentes registrados desde 12 de junho, incluem um episódio em que uma criança de 10 anos ficou ferida. Durante as buscas na residência de Campolongo, foram encontrados estilingues e bolinhas de metal, evidências que reforçam seu envolvimento nas ações. A polícia também investiga a participação de seu irmão, Sergio Campolongo, que ainda não foi localizado. Ambos respondem por danos qualificados e atentado à segurança de transporte público.
As autoridades estão analisando as motivações por trás da onda de vandalismo, que pode ser atribuída a conflitos entre empresas de transporte ou a um "efeito manada". O delegado Ronaldo Sayeg, do Deic, destacou que a situação é complexa e envolve múltiplas causas, além de um contágio social entre os envolvidos nos ataques.