A mineradora Serra Verde, localizada em Minaçu, Goiás, deu início à sua produção comercial de terras raras em 2024, tornando-se a única produtora em escala fora da Ásia. A operação, que começou em sua planta de processamento e mina na região, promete movimentar significativamente o setor mineral, com uma expectativa de produção de pelo menos 5 mil toneladas de óxidos de terras raras por ano na Fase I do projeto, que possui uma vida útil projetada de 25 anos.
O depósito explorado pela Serra Verde é do tipo argila iônica, permitindo uma extração a céu aberto com custos reduzidos e técnicas menos agressivas ao meio ambiente, sem a necessidade de produtos químicos perigosos. Elementos como neodímio, praseodímio, térbio e disprósio, essenciais para a fabricação de ímãs permanentes utilizados em tecnologias como motores de carros elétricos e turbinas eólicas, estão entre os recursos extraídos na mina.
Com um investimento superior a R$ 760 milhões, a mineradora já firmou acordos de offtake com empresas de processamento, garantindo a venda de grande parte da produção prevista. Além disso, a companhia estuda a viabilidade de expansão, com a Fase II do projeto podendo dobrar a produção anual até o final da década. A economista Solange Srour estima que a exploração de minerais críticos, incluindo terras raras, pode adicionar até R$ 243 bilhões ao PIB brasileiro nos próximos 25 anos.
Atualmente, Goiás ocupa a 5ª posição entre os estados com mais pedidos de pesquisa de terras raras aprovados pela Agência Nacional de Mineração (ANM), destacando-se como um polo estratégico na cadeia global de suprimento desses minerais essenciais.