A companhia de energia Serena Energia (SRNA3) obteve aprovação em Assembleia Geral Extraordinária para dispensar a Oferta Pública de Aquisição (OPA) de ações, decisão que consolida sua saída do Novo Mercado da B3 e a conversão de seu registro de emissora de categoria “A” para “B”. A dispensa da OPA, anunciada após proposta de aquisição feita pelos fundos Actis e GIC em maio deste ano pelo valor de R$ 11,74 por ação, representa uma mudança significativa na estrutura societária da empresa. A liquidação da operação completa está agendada para 8 de julho de 2025, marcando um novo capítulo na trajetória da companhia no mercado financeiro brasileiro.
A decisão da Serena Energia de dispensar a OPA reflete uma estratégia de reorganização societária que visa simplificar sua estrutura e reduzir os custos associados à listagem no Novo Mercado. A oferta dos fundos Actis e GIC, no valor de R$ 11,74 por ação, foi considerada suficiente pelos acionistas para viabilizar a saída do Novo Mercado, eliminando assim a necessidade de uma OPA que poderia gerar custos adicionais e complexidades operacionais. Esse movimento se encaixa em uma tendência crescente de empresas brasileiras buscando alternativas mais flexíveis de governança corporativa, buscando otimizar seus recursos e focar em estratégias de crescimento, segundo especialistas em mercado financeiro consultados pela reportagem. A decisão também pode sinalizar uma menor preocupação com a transparência e os padrões de governança corporativa exigidos pelo Novo Mercado.
A dispensa da OPA pela Serena Energia abre precedentes para outras empresas brasileiras avaliarem estratégias semelhantes de reorganização societária, especialmente aquelas buscando maior flexibilidade e redução de custos. A tendência de empresas brasileiras a migrarem para segmentos menos rigorosos do mercado de capitais pode intensificar-se nos próximos anos. A longo prazo, a decisão da Serena Energia poderá influenciar debates sobre a adequação da regulamentação do Novo Mercado e a necessidade de equilíbrio entre a transparência e a flexibilidade para as companhias de capital aberto. O caso levanta questões importantes sobre a balança entre os benefícios da transparência e os custos de conformidade para empresas listadas na B3, demandando uma análise mais aprofundada sobre os modelos de governança corporativa no Brasil.