Uma comitiva de quatro senadores brasileiros viajará a Washington, nos Estados Unidos, entre os dias 29 e 31 de julho, em uma missão diplomática para discutir a proposta de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A medida, anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, foi aprovada pela Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado Federal e visa mitigar os impactos negativos que a sobretaxa pode causar à economia do Brasil.
A missão, liderada pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS), tem como principal objetivo estabelecer um canal de diálogo com parlamentares norte-americanos. Trad enfatizou a necessidade de “previsibilidade e diálogo” em relação a uma decisão que afeta diretamente a indústria e o agronegócio do país. A viagem foi antecipada devido à entrada em vigor da tarifa, marcada para 1º de agosto.
Os setores mais impactados pela nova tarifa incluem aço, alumínio, carne bovina e aviação, com a expectativa de que a medida encareça os produtos brasileiros no mercado americano, diminuindo sua competitividade. Em 2024, o Brasil exportou cerca de US$ 40,4 bilhões para os Estados Unidos, representando 12% das vendas totais do país. A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, presidida por Renan Calheiros (MDB-AL), também discutiu o tema, classificando a tarifa como um “ataque ao comércio” brasileiro.
Simultaneamente, o governo brasileiro, por meio do vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, está mobilizado para enfrentar a situação. Alckmin coordena um grupo de trabalho criado pela Presidência da República e tem realizado reuniões com representantes dos setores produtivos, ressaltando a importância da diplomacia e da complementaridade econômica entre Brasil e Estados Unidos.