Uma missão oficial do Senado brasileiro, destinada a dialogar sobre a redução de tarifas de 50% impostas pelo governo dos Estados Unidos a produtos brasileiros, concluiu suas atividades em Washington nesta quarta-feira (30). O grupo, composto por oito senadores, se reuniu com congressistas e empresários americanos para discutir as implicações da medida, que entrará em vigor em 1º de agosto. Durante as reuniões, os senadores apresentaram os impactos negativos tanto para o Brasil quanto para os EUA, buscando abrir canais de negociação.
Na terça-feira (29), a comitiva se encontrou com nove parlamentares americanos, sendo a maioria do Partido Democrata. Entre os congressistas estavam figuras proeminentes como Tim Kaine e Ed Markey. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), coordenador da missão, destacou que o objetivo não era negociar tarifas, mas sim conscientizar os americanos sobre a situação que afeta ambos os países. Ele enfatizou a importância de manter um canal de diálogo para futuras tratativas.
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está aberto a conversas com o presidente americano, desde que haja respeito mútuo. Wagner também ressaltou que o Brasil não pode interferir no Judiciário, em resposta às alegações de Trump sobre questões judiciais envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Apesar do apoio recebido, os senadores expressaram preocupações com a pressão dos EUA para que o Brasil reavalie suas importações de petróleo e fertilizantes da Rússia. A missão, segundo o senador Esperidião Amin (PP-SC), teve como foco principal a promoção da diplomacia parlamentar e a busca por uma prorrogação do prazo das tarifas, que consideram excessivo e prejudicial para as negociações.