O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou nesta segunda-feira (28) que é improvável que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adie a implementação das novas tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, programadas para entrar em vigor na próxima sexta-feira, 1º de agosto. Wagner fez a declaração após uma reunião na residência da embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti, ressaltando a importância da diplomacia parlamentar.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia manifestado sua preocupação com a decisão de Trump, que foi comunicada por meio de uma carta. Lula criticou a medida, afirmando que não é aceitável anunciar tarifas de forma abrupta e individual. A missão parlamentar liderada por Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, visa criar um ambiente mais favorável ao diálogo entre os governos brasileiro e americano, embora não haja encontros oficiais agendados com representantes do governo dos EUA.
A carta de Trump, que associou a imposição das tarifas ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), é vista pelo governo brasileiro como uma retaliação política. Apesar das dificuldades, os senadores acreditam que a interlocução com parlamentares e o setor privado dos EUA pode ajudar a reabrir os canais diplomáticos com a Casa Branca. A missão parlamentar inclui reuniões com empresários americanos e congressistas dos partidos Republicano e Democrata nos próximos dias.
No Brasil, a missão enfrenta resistência, especialmente do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que criticou a viagem como um desrespeito à carta de Trump e sugeriu que a solução seria uma anistia ampla aos envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro. Os senadores, por sua vez, buscam utilizar dados comerciais para sensibilizar o Congresso americano, destacando que os EUA têm um superávit comercial significativo com o Brasil e que as tarifas prejudicariam também empresas americanas com negócios no país.