O senador Eduardo Girão (Novo-CE) se pronunciou no Plenário nesta quarta-feira (9) sobre a operação da Polícia Federal que investiga o uso irregular de emendas parlamentares no Ceará, envolvendo o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE). A investigação apura um suposto esquema de desvio de recursos públicos, onde parlamentares estariam cobrando porcentagens sobre as emendas, além de financiar campanhas e comprar apoio político.
Girão defendeu o fim das emendas parlamentares, argumentando que esse mecanismo tem sido utilizado como moeda de troca política. "Cada senador aqui tem direito a R$ 80 milhões, R$ 90 milhões por ano. O certo é acabar de vez com essas emendas, porque tratam-se de um desvio de função do Congresso Nacional", afirmou o senador, criticando a falta de fiscalização sobre as transferências.
O senador também associou os desvios de emendas à fragilidade do governo cearense no combate ao crime organizado, ressaltando que, enquanto verbas públicas são desviadas, o governo estadual falha em cumprir mandados de prisão. Girão mencionou o caso do prefeito eleito de Choró (CE), Bebeto Queiroz, que teve a posse suspensa pela Justiça e está foragido desde 2024, evidenciando a manipulação de processos eleitorais no estado.
As declarações de Girão refletem uma preocupação crescente com a segurança pública no Ceará e a eficácia do governo do estado, liderado pelo governador Elmano de Freitas (PT), em lidar com a violência e a corrupção. A operação da PF continua em andamento, e novas informações devem ser divulgadas nos próximos dias.