O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (UB), anunciou a retirada do projeto de lei que regulamenta cassinos, bingos e o jogo do bicho da pauta de votações nesta terça-feira, 8. A decisão foi motivada pela falta de quórum, refletindo a divisão entre os senadores sobre o apoio à proposta, que visa legalizar e regulamentar diversas formas de jogos de azar no Brasil.
Os ministérios da Fazenda e do Turismo manifestaram apoio ao projeto, destacando seu potencial para aumentar a arrecadação e impulsionar o turismo. No entanto, os ministérios da área social expressaram preocupações relacionadas à ludopatia, o vício em jogos de azar. A resistência entre os senadores é acentuada pelo receio de desgastar a imagem junto ao eleitorado evangélico, que recentemente divulgou uma carta de repúdio à aprovação da legalização dos jogos.
Durante a sessão plenária, Alcolumbre afirmou que a retirada do projeto foi uma resposta a pedidos de adiamento feitos por líderes partidários, ressaltando a necessidade de uma discussão mais aprofundada sobre o tema. O projeto, que ainda poderá ser reavaliado, prevê a liberação de jogos de cassino, bingo, videobingo, jogo do bicho e apostas em corridas de cavalos.
A proibição dos jogos de azar no Brasil remonta a 1946, quando o presidente Eurico Gaspar Dutra, influenciado por sua esposa, decidiu banir essas atividades, argumentando que eram incompatíveis com a moral e os bons costumes da sociedade brasileira. Desde então, o país se junta a apenas dois outros, Cuba e Islândia, na lista de nações que proíbem os jogos de azar, em um contexto global onde 37 dos 193 países membros da ONU mantêm restrições semelhantes.