O Senado da Argentina aprovou na quinta-feira (10.jul.2025) um pacote de leis que eleva os gastos públicos, incluindo um aumento de 7,2% nas aposentadorias e pensões gerais, além de um incremento no bônus de 70.000 para 110.000 pesos. A votação ocorreu em uma sessão convocada pela oposição, sem a presença da vice-presidente Victoria Villarruel, e resultou em 52 votos favoráveis, nenhum contrário e 4 abstenções, devido a problemas no sistema eletrônico de votação.
As medidas receberam apoio de governadores provinciais, especialmente em relação à reforma da distribuição dos Adiantamentos do Tesouro Nacional e à coparticipação do Imposto sobre Combustíveis Líquidos. No entanto, essas iniciativas vão de encontro à política do presidente Javier Milei, que defende um superávit fiscal como pilar de seu governo. A sessão também evidenciou a tensão no Executivo, com Milei chamando Villarruel de "traidora" por permitir o debate que levou à aprovação das propostas.
O aumento de 7,2% visa compensar as perdas dos aposentados, que enfrentaram uma inflação de 20% em janeiro de 2024, enquanto o ajuste anterior foi de apenas 12,5%. O governo já anunciou que Milei vetará as propostas, e caso o veto seja derrubado, levará a questão à Justiça. O chefe de gabinete, Guillermo Francos, confirmou que o governo questionará judicialmente a validade da sessão.
Com as eleições de outubro se aproximando, o governo intensificará sua campanha contra o Congresso, onde Milei busca aumentar a representação de sua coalizão. Em meio ao clima de acirramento político, o presidente tem adotado um tom agressivo, referindo-se ao Congresso como "ninho de ratos" e "covil imundo".