O Senado da Argentina aprovou nesta quinta-feira, 10, um projeto de lei que aumenta aposentadorias e bônus para beneficiários do valor mínimo, em uma clara derrota para o governo de Javier Milei. A votação, que ocorreu em uma sessão convocada pela oposição, foi realizada por meio de voto oral devido a uma falha no sistema eletrônico. O projeto recebeu 52 votos a favor, 5 abstenções e nenhum voto contrário, resultando em um reajuste de 7,2%, que visa compensar a inflação anual ignorada pelo governo.
O governo Milei se opõe ao projeto, alegando que ele compromete o equilíbrio fiscal do país. A coalizão governista, La Libertad Avanza, questiona a legalidade da sessão, afirmando que não foi convocada formalmente pela presidente do Senado, Victoria Villarruel. Milei anunciou que pretende vetar a proposta e, caso o veto seja derrubado, levará a questão à Justiça.
Durante a votação, senadores da coalizão governista e a maioria do Proposta Republicana (PRO), liderada pelo ex-presidente Maurício Macri, se retiraram do plenário. No entanto, a oposição conseguiu garantir o quórum necessário ao convocar senadores de diferentes partidos. A imprensa local interpretou a votação como um indicativo da perda de controle do governo sobre a Câmara alta do Parlamento.
Além do aumento das aposentadorias, o Senado também aprovou a extensão da moratória previdenciária, que permite que cidadãos se aposentem sem ter completado os anos de contribuição exigidos, e a declaração de estado de emergência no atendimento a pessoas com deficiência. A sessão, que começou com a presença de mais de 40 senadores, foi marcada por debates acalorados sobre a legalidade das propostas e a condução da sessão.