A Justiça de Piracicaba, São Paulo, aceitou a denúncia do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) e tornou réus seis policiais militares envolvidos na morte de Gabriel Júnior Oliveira Alves da Silva, de 22 anos, durante uma abordagem em abril deste ano. O juiz Luiz Antonio Cunha, da Vara do Júri e Execuções, decretou a prisão preventiva de dois dos policiais, que já estavam detidos temporariamente, enquanto outros quatro foram afastados de suas funções operacionais devido a acusações de coação durante as investigações.
De acordo com a denúncia apresentada pelo promotor Aluisio Antonio Maciel Neto, o incidente ocorreu no dia 1º de abril, quando Gabriel e um amigo foram abordados por dois policiais no bairro Vila Sônia. A acusação afirma que um dos policiais chamou Gabriel pelo nome e, após uma breve conversa, começou a agredi-lo. A esposa de Gabriel, que estava grávida, interveio e também foi agredida pelos policiais, segundo os relatos.
As investigações revelaram que, ao tentar defender sua esposa, Gabriel foi baleado na cabeça por um dos policiais. O MP alega que, enquanto Gabriel agonizava, um dos agentes fez ameaças à esposa e tentou manipular a cena do crime, apresentando pedras como se fossem armas arremessadas por Gabriel. O juiz destacou a existência de indícios de autoria e materialidade dos crimes, incluindo testemunhos e gravações que corroboram as alegações contra os réus.