A capital paulista alcançou um triste marco no primeiro semestre de 2023, registrando 29 casos de feminicídio entre janeiro e maio, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Este número já é considerado o maior para um primeiro semestre desde o início da série histórica, que começou em abril de 2015, após a promulgação da Lei do Feminicídio. Embora os dados de junho ainda não tenham sido divulgados, a tendência de aumento é preocupante.
O feminicídio é definido como o assassinato de mulheres em contexto de violência doméstica e familiar, e pode resultar em penas que variam de 12 a 30 anos de prisão. Em 2022, a cidade já havia registrado um recorde anual com 51 casos, e em 2024, o estado de São Paulo contabilizou 250 feminicídios, segundo o Monitor de Feminicídios no Brasil (MFB).
A coordenadora do Laboratório de Estudos e Feminicídios (Lesfem), Silvana Mariano, atribui o aumento dos casos a dois fatores principais: a disseminação de valores misóginos e a melhoria na notificação e registro desses crimes pelas autoridades. Apesar do crescimento, São Paulo ainda apresenta uma das menores taxas de feminicídio do Brasil, com uma média de 1,8 casos a cada 100 mil mulheres em 2022, conforme dados do MFB. O monitoramento também revelou que, em 2024, houve 651 casos de feminicídio, incluindo tentativas, evidenciando a gravidade da situação.