O Estado de São Paulo contabilizou 974 casos de hepatite A entre 1º de janeiro e 8 de julho de 2023, representando um aumento de 90% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram registrados 498 casos. A principal fonte de infecção identificada foi a água ou alimentos contaminados, seguida por infecções sexualmente transmissíveis. Diante deste cenário alarmante, o governo estadual lançou um painel de monitoramento da doença, que também abrange outras patologias de transmissão hídrica e alimentar, como a febre tifoide.
A nova ferramenta permite o acompanhamento em tempo real do número de casos, taxa de incidência por 100 mil habitantes, além de dados segmentados por faixa etária e sexo. Até abril de 2023, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) registrou 560 notificações confirmadas de hepatite B e 641 casos de hepatite C, com números totais de 2,4 mil e 3,1 mil, respectivamente, em 2022.
As hepatites virais, que afetam o fígado e podem evoluir para condições graves, como cirrose e câncer, têm formas de transmissão variadas. A SES-SP destaca a importância da vacinação, disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que protege contra hepatites A e B. Este ano, a cobertura vacinal contra hepatite B em crianças de até um mês atingiu 94,19%, um aumento significativo em relação a 2022. Além disso, a vacinação contra hepatite A foi ampliada para usuários da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) para prevenção de HIV.
O painel também revelou um caso de febre tifóide e 25 suspeitas registradas neste ano, evidenciando a necessidade de monitoramento contínuo de doenças transmitidas por água e alimentos. O governo estadual reforça a importância da prevenção e do acompanhamento das hepatites virais, que muitas vezes se manifestam de forma silenciosa.