São Luiz, a menor cidade de Roraima, com apenas 7.315 habitantes, enfrenta uma grave crise financeira, resultante de dívidas que ultrapassam R$ 38 milhões, o que equivale a 74% do orçamento previsto para 2025. As dívidas, herdadas da administração do ex-prefeito James Batista (SD), incluem pagamentos pendentes até com serviços funerários. Durante seu mandato, que se estendeu de 2021 a 2024, Batista recebeu mais de R$ 103 milhões em emendas parlamentares, atualmente sob investigação.
Em resposta à situação, o atual prefeito Chicão (PP) decretou estado de calamidade pública financeira em janeiro de 2023, válido por seis meses. No entanto, ele também se tornou alvo de investigações do Ministério Público de Contas (MPC) por supostos desvios de verbas, incluindo pagamentos indevidos a empresas de fachada. Em julho, o MPC solicitou seu afastamento imediato, com alegações de desvios que somam mais de R$ 7,4 milhões.
As obras na cidade, que incluem um parque de vaquejada, uma escola municipal e uma unidade básica de saúde, estão paradas há mais de dois anos, resultando em um desperdício de aproximadamente R$ 36 milhões. Moradores se referem a essas construções inacabadas como "elefantes brancos". A situação se agrava com a falta de pagamento de salários a servidores municipais, conforme denúncias de sindicatos locais.
A Assembleia Legislativa de Roraima também instaurou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis desvios relacionados a emendas estaduais durante o mandato de Batista. A crise em São Luiz levanta preocupações sobre a gestão pública e a transparência no uso de recursos públicos na menor cidade do estado.