O Santander divulgou, em seu relatório semanal de estratégia, a implementação de um novo filtro quantitativo destinado a avaliar a qualidade dos lucros das empresas brasileiras fora do setor financeiro. A ferramenta visa identificar companhias cujos resultados contábeis são sustentados pela geração de caixa, evitando distorções provocadas por ajustes contábeis.
De acordo com o banco, empresas que apresentam lucros de maior qualidade, caracterizados por serem consistentes e respaldados por fluxo de caixa, tendem a negociar com prêmios de valuation em comparação aos seus pares. O modelo considera três pilares fundamentais: a conversão de lucro em caixa, os ajustes contábeis e a volatilidade da geração de caixa.
Entre as empresas que se destacam positivamente, o Santander cita TIM (TIMS3) e Vivo (VIVT3), que se beneficiam de modelos de receita recorrente, além de Assaí (ASAI3) e Rumo (RAIL3), que demonstram forte capacidade de transformar lucro contábil em caixa real. Por outro lado, construtoras foram apontadas como as de pior desempenho, devido ao descompasso entre o reconhecimento contábil dos lucros e a entrada efetiva de caixa, embora o banco mantenha uma visão otimista em relação a empresas ligadas ao programa Minha Casa, Minha Vida.
O relatório também menciona que o filtro de qualidade dos lucros é um modelo de pontuação relativa, aplicado a empresas com perfis operacionais distintos. WEG (WEGE3) e TOTVS (TOTS3) se destacam nos três indicadores analisados, embora a relação entre seus resultados contábeis e geração de caixa seja mais próxima, tornando menos evidente seu destaque no ranking em comparação a empresas com ajustes contábeis mais significativos.