O partido de extrema direita japonês Sanseito aumentou sua representação na Câmara Alta do Parlamento do Japão, passando de 4 para 14 assentos nas eleições realizadas no último domingo, 20 de outubro. A campanha do partido, que teve como lema 'Japoneses em Primeiro', atraiu o apoio de jovens, conservadores e eleitores insatisfeitos com o governo do primeiro-ministro Shigeru Ishiba.
Com os novos assentos, o Sanseito se torna a terceira maior força de oposição na Câmara Alta, atrás do Partido Democrático Constitucional do Japão (CDP) e do Partido Democrático para o Povo (DPP). O Partido Democrático Liberal, de Ishiba, conquistou 100 assentos, enquanto o Komeito, aliado do governo, obteve 21. O Parlamento japonês possui um total de 248 assentos, o que dificulta a governabilidade do atual premiê.
O crescimento do Sanseito é visto como um reflexo da crescente insatisfação da população japonesa com o Partido Liberal, em meio a escândalos e um aumento do conservadorismo, além de uma retórica anti-imigrante. O partido, fundado em 2020 por Sohei Kamiya, ex-membro do Partido Liberal, ganhou notoriedade ao adotar um discurso que critica políticas liberais, incluindo a aceitação de casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
Kamiya, em entrevista após a eleição, enfatizou que o lema do partido visa a proteção dos interesses japoneses, embora tenha se distanciado de uma postura completamente xenófoba. Analistas apontam que a ascensão do Sanseito reflete uma frustração generalizada com o governo atual e a falta de alternativas viáveis, caracterizando o apoio ao partido como um voto de protesto contra a administração de Ishiba.