A Sabesp (SBSP3), empresa paulista de saneamento, prevê um crescimento anual composto de lucro por ação superior a 20% nos próximos três anos, enquanto suas ações são negociadas a aproximadamente 10 vezes o preço/lucro. No entanto, especialistas do JPMorgan alertam que a visibilidade regulatória do setor de água e esgoto é limitada, o que pode impactar negativamente as expectativas de investidores. A revisão tarifária programada para o segundo semestre de 2025 pode oferecer algum alívio, mas os riscos permanecem.
O banco destaca que, nos últimos dez anos, as revisões tarifárias foram fundamentais para a valorização das ações do setor. O novo marco regulatório, considerado mais previsível para os próximos 35 anos, é visto como um fator positivo. Contudo, a análise ressalta a importância de uma divulgação clara dos documentos regulatórios e a avaliação técnica da base de ativos regulatórios (RAB) para sustentar a confiança dos investidores.
Entre os principais riscos identificados estão a conversão lenta de investimentos em RAB, a diferença entre a receita regulada e a receita efetivamente realizada, e a resistência política a aumentos tarifários. O JPMorgan também aponta que a metodologia de compensação dos investimentos e o tempo de implementação dos ativos são cruciais para a rentabilidade futura da empresa, que já enfrentou lacunas significativas entre a receita esperada e a realizada nos últimos anos.