A Sabesp, após ser multada pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo por despejo de esgoto na Represa de Guarapiranga, revelou um ambicioso plano de universalização do saneamento na região. O programa, que será oficialmente lançado na próxima semana, prevê a instalação de 23 novas estações elevatórias de esgoto e 650 km de novas redes, com o objetivo de conectar 90 mil imóveis até 2029.
A represa, que abastece cerca de 4 milhões de pessoas, foi alvo de fiscalização da Associação Nossa Guarapiranga (AnGua) após um vazamento identificado em 31 de maio. A Sabesp atribuiu o incidente a uma interrupção no fornecimento de energia elétrica na estação Riviera. Desde 2020, o Ministério Público de São Paulo tem pressionado a companhia a implementar medidas para evitar novas ocorrências.
O investimento total no programa Nossa Guarapiranga será de R$ 2,57 bilhões, com R$ 958 milhões destinados a obras nos próximos dois anos. Além das novas estações, o plano inclui a modernização de seis estações elevatórias, com a entrega de duas já realizada e as demais previstas para conclusão até o primeiro semestre de 2026. A companhia também buscará a adesão de prefeituras para estender a rede a áreas informais, garantindo isenção de tarifas para moradores de baixa renda.
Conforme Roberval Tavares, diretor de Engenharia e Inovação da Sabesp, a meta é universalizar o saneamento em toda a bacia da Guarapiranga, abrangendo também os municípios de Embu das Artes, Embu Guaçu e Itapecerica da Serra. A modernização das estações de tratamento, como a de Barueri, que terá sua capacidade ampliada, é um dos pilares do programa para garantir eficiência na operação e tratamento do esgoto.