O nível do Rio Negro subiu para 19,04 metros em Manaus, marcando o segundo dia consecutivo de aumento, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (5). A elevação das águas tem causado alagamentos significativos, especialmente na região central da cidade, onde diversas casas foram invadidas pela água, carregada de lixo e detritos.
A prefeitura de Manaus, em resposta à situação crítica, construiu pontes de madeira para facilitar o acesso nas áreas afetadas, mas estas não cobrem toda a extensão das regiões inundadas. Em alguns bairros, como o mais afetado, os moradores improvisaram estruturas conhecidas como marombas para se locomover, mas a inundação continua a afetar gravemente a vida cotidiana.
Moradores, como o peixeiro Claodeone Valter Rodrigues, relatam dificuldades extremas, incluindo a perda de móveis e a necessidade de viver em áreas superiores de suas casas, devido à falta de opções de moradia. "Não temos condições de pagar um aluguel para sair daqui. A água é infestada de lixo e rato, o que traz riscos à saúde", afirmou Rodrigues.
De acordo com Jussara Cury, pesquisadora do Serviço Geológico do Brasil, a concentração de chuvas na região norte da bacia e os altos níveis do Rio Solimões estão contribuindo para a represamento do Rio Negro. A prefeitura informou que está oferecendo assistência às famílias afetadas pela cheia, que já impactou quase metade dos municípios do Amazonas, reconhecidos em situação de emergência pelo governo federal.