Um diagnóstico ambiental divulgado nesta quinta-feira (31) revelou que o Ribeirão Quilombo, que atravessa diversas cidades da região, é o mais poluído entre os cursos d'água que compõem a bacia do Rio Piracicaba. O estudo, realizado por um grupo de pesquisa multidisciplinar ao longo de oito meses, analisou a qualidade da água em 22 pontos, desde a nascente do Rio Piracicaba até sua confluência com o Rio Tietê.
A pesquisa, que foi realizada em duas etapas com um intervalo de quatro meses, identificou 16 parâmetros de qualidade da água fora dos limites estabelecidos pela legislação ambiental, incluindo coliformes fecais, fósforo e cloro. Alexandre Resende, diretor de sustentabilidade, destacou a gravidade da situação, afirmando que o ribeirão apresenta uma carga significativa de esgoto, possivelmente proveniente de estações de tratamento ineficientes ou descarte clandestino.
Além das análises convencionais, a expedição utilizou técnicas inovadoras, como a análise de DNA ambiental, que permitiu identificar fragmentos genéticos de espécies aquáticas. Os resultados do estudo foram apresentados em um evento nacional de práticas de ESG em Piracicaba e foram disponibilizados ao Ministério Público para orientar futuras ações de preservação.
O diagnóstico foi motivado pela tragédia ambiental ocorrida em julho do ano passado, quando o descarte de resíduos no Ribeirão Tijuco Preto resultou na morte de aproximadamente 250 mil peixes. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) identificou a Usina São José como responsável pelo poluente e aplicou uma multa de R$ 18 milhões, que ainda está sendo contestada pela empresa.