A reintrodução das tarifas de importação sobre aço e alumínio, suspensas anteriormente pelo ex-presidente dos EUA Donald Trump, pode resultar em uma perda de até US$ 1,5 bilhão nas exportações brasileiras dessas commodities até o final de 2023. A avaliação é do especialista em economia internacional Jorge Ferreira, professor de finanças da ESPM, que aponta que as tarifas de 50% estão em vigor desde 4 de junho.
Ferreira destaca que a projeção considera a queda nas exportações devido às novas tarifas e que o impacto financeiro pode ser ainda maior caso a alíquota de 10% anunciada por Trump para países alinhados ao Brics se sobreponha à tarifa atual. O Brasil, que ocupa a posição de segundo maior exportador de aço para o mercado norte-americano, já sente os efeitos dessa mudança.
Além disso, Ferreira observa que a China pode compensar o déficit de exportação do Brasil, apesar da desaceleração econômica do país asiático. Desde a ameaça de tarifas em abril, o mercado já começou a revisar contratos e preços futuros de commodities, buscando realocar as cadeias de suprimentos internacionais.
Por outro lado, Daniel Cassetari, CEO da HKTC, afirma que as medidas de Trump não tiveram o efeito esperado no mercado, com os preços do aço, por exemplo, aumentando em vez de cair. Ele argumenta que a estratégia do ex-presidente americano, sem fundamentos técnicos sólidos, pode prejudicar a economia dos EUA, elevando a inflação e estimulando o fortalecimento de mercados alternativos.