Iniciou-se na última quinta-feira (10) o ciclo formativo da Residência Artística Planícies de Dentro, um projeto inovador em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. A iniciativa visa criar narrativas visuais que desafiam os discursos tradicionais sobre identidade e história, utilizando as experiências de artistas negros, indígenas e LGBTQIAPN+. O objetivo é proporcionar um espaço onde esses artistas possam reescrever as memórias da cidade por meio de suas próprias imagens e linguagens.
Durante dois meses, cinco artistas selecionados por meio de chamamento público participarão de oficinas teórico-práticas, visitas guiadas e produções colaborativas. O projeto culminará na criação de obras que serão exibidas em uma exposição pública no Museu Histórico de Campos, prevista para o final de agosto de 2025. A Residência Artística é uma etapa do projeto Planícies de Dentro, que adota uma abordagem decolonial e antirracista na narrativa da história local.
Idealizado e curado pela artista visual Agnis Silva, a residência busca provocar uma reflexão sobre as narrativas dominantes da cidade. "Queremos abrir espaço para outros corpos, outras memórias e outras formas de ver e sentir o território", afirmou Agnis, que possui uma produção artística que transita entre diversas mídias e é fortemente influenciada por estéticas ancestrais e afrofuturistas. A iniciativa é financiada pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), em parceria com o Governo Federal e a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima.