A ciência contemporânea está revolucionando a compreensão sobre saúde e longevidade, destacando a importância da idade biológica em relação à idade cronológica. Em entrevista à Scientific American, o cardiologista e geneticista Eric Topol, renomado especialista em medicina digital, explica que a idade biológica, determinada por biomarcadores como alterações epigenéticas e inflamações, é um preditor crucial de saúde. Topol ressalta que ter uma idade epigenética mais jovem pode resultar em menor risco de doenças e maior qualidade de vida.
Recentes avanços na ciência dos relógios biológicos permitem a avaliação da idade de órgãos específicos, como coração e cérebro, utilizando análises proteômicas. Estudos indicam que um coração envelhecido pode aumentar em até cinco vezes o risco de insuficiência cardíaca, enquanto um sistema imunológico mais velho pode indicar vulnerabilidade a doenças crônicas. A boa notícia é que, ao contrário da idade cronológica, a idade biológica pode ser alterada, principalmente através da prática regular de exercícios físicos.
Topol destaca que a atividade física regular é a única intervenção comprovada que pode reduzir a idade biológica. Exercícios aeróbicos, como caminhadas e ciclismo, realizados por 30 minutos diários, são suficientes para promover essa mudança. Pesquisas recentes demonstraram que adultos com rotinas consistentes de exercícios apresentaram uma redução significativa na idade epigenética em diversos tecidos.
Além do exercício, Topol sugere um protocolo denominado "Lifestyle Plus", que integra alimentação saudável, sono de qualidade e gestão do estresse. Essa abordagem é essencial para combater o fenômeno do "inflammaging", que resulta de estresse crônico e inflamações silenciosas. Exemplos como o do atleta Cristiano Ronaldo, que mantém desempenho físico excepcional aos 39 anos, ilustram a eficácia de um estilo de vida equilibrado na promoção de uma idade biológica mais jovem.