Um novo relatório apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) revela que as secas têm causado devastação recorde em diversas partes do mundo, incluindo a Bacia Amazônica, o sul e leste da África, o Mediterrâneo, o Panamá, o México e o sudeste da Ásia. O documento, divulgado hoje pela Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD), destaca que eventos de seca severa têm se intensificado devido às mudanças climáticas e ao esgotamento de recursos naturais.
Na Bacia Amazônica, os níveis recordes de rios em 2023 e 2024 resultaram na morte em massa de peixes e golfinhos ameaçados de extinção, além de comprometer o abastecimento de água potável e dificultar o transporte para centenas de milhares de pessoas. O relatório também aponta que a região do Mediterrâneo enfrentará um aumento de temperatura de 2 a 5 ºC até 2100, com uma redução de 2 a 15% na disponibilidade hídrica para cada 2 ºC de aquecimento.
O estudo alerta que 88% do território da Turquia está em risco de desertificação, enquanto a Espanha pode ver uma diminuição de 14% a 20% na precipitação até 2050, o que pode transformar partes do clima do país de mediterrâneo para estepe quente. Em 2023, cerca de 60% da área agricultável na Espanha estava sob condições de seca, e apenas 25% das cidades com mais de 20.000 habitantes possuem planos para lidar com essa questão.
Apesar do fim oficial do fenômeno El Niño em maio de 2024, os impactos das secas continuam a afetar várias regiões do mundo. O relatório enfatiza que, sem uma redução significativa nas emissões de gases de efeito estufa, as secas se tornarão mais frequentes e severas, exigindo que as sociedades fortaleçam seus ecossistemas e implementem mudanças na gestão da água para garantir o acesso equitativo aos recursos.