As relações entre o Executivo e o Legislativo brasileiro tendem a se tornar mais tensas, especialmente com a antecipação das disputas eleitorais. A avaliação é do cientista político Rafael Cortez, da Tendências, em entrevista ao InfoMoney. Segundo ele, a recente decisão do presidente Lula de vetar o aumento no número de deputados reflete uma estratégia para manter uma conexão favorável com a opinião pública, ao mesmo tempo em que impõe custos reputacionais ao Legislativo.
Cortez explica que a votação do veto pode expor líderes a pautas negativas, criando um jogo de forças entre os dois poderes. O cientista político também observa que, apesar de algumas vitórias do governo, como no caso do IOF, a tendência é que novas derrotas ocorram, com o Executivo utilizando vetos para dificultar a aprovação de medidas que possam ser impopulares.
Além disso, o governo deve aproveitar a onda positiva para apresentar propostas populares, como a redução da jornada de trabalho e a tributação dos mais ricos, o que pode aproximá-lo da opinião pública. Contudo, Cortez ressalta que a dinâmica entre os poderes será marcada por conflitos, mesmo que haja momentos de cooperação pontual, especialmente em resposta a influências externas, como a agenda do presidente dos EUA, Donald Trump.