A relação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Congresso Nacional enfrenta um momento de tensão após decisões recentes que geraram descontentamento entre os parlamentares. O Supremo Tribunal Federal (STF) restabeleceu um decreto que aumenta a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), enquanto Lula vetou um projeto que ampliava o número de deputados. Essas ações foram interpretadas como derrotas significativas para o Legislativo, levando à aprovação de uma proposta polêmica na Câmara, conhecida como 'pauta-bomba', que prevê um crédito subsidiado de até R$ 30 bilhões para o agronegócio, utilizando recursos do Pré-Sal.
A crise entre os poderes começou a se intensificar em junho, quando o Congresso derrubou o decreto do IOF, um episódio que foi considerado uma derrota humilhante para o governo. Desde então, tentativas de reconciliação ocorreram, incluindo reuniões entre os líderes, mas a percepção é de que o clima no Congresso está dominado por interesses eleitorais, o que pode resultar em um ambiente de instabilidade até as eleições de 2026.
Integrantes do Centrão e articuladores do governo reconhecem que, apesar das divergências, a base de apoio a Lula se mantém por pragmatismo político, visando preservar espaços dentro do governo. O governo, por sua vez, não pretende retirar cargos do Centrão, ciente de que precisará desse apoio em votações futuras. A expectativa é que a relação entre Executivo e Legislativo continue marcada por oscilações até abril, quando novas tensões podem surgir, especialmente após a recente derrota do governo no Congresso.