O governo britânico, sob a liderança do primeiro-ministro Keir Starmer, anunciou nesta terça-feira, 29, a intenção de reconhecer oficialmente o Estado da Palestina durante a Assembleia Geral da ONU, marcada para setembro. No entanto, essa medida está condicionada a uma série de exigências que o Reino Unido impôs a Israel, as quais são consideradas improváveis de serem atendidas.
Entre as condições estabelecidas, o Reino Unido solicita que Israel tome ações concretas para mitigar a crise humanitária em Gaza, onde a fome atinge níveis alarmantes, conforme relatado pela ONU. Além disso, o governo britânico exige um cessar-fogo com o grupo Hamas, o compromisso de não anexar a Cisjordânia e o apoio a um processo de paz que vise a criação de dois Estados.
Israel, por sua vez, rejeita a maioria das condições apresentadas. Recentemente, o Parlamento israelense aprovou uma moção que reafirma a soberania sobre a Cisjordânia, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que a criação de um Estado palestino serviria como uma "plataforma para destruir Israel". Em resposta ao anúncio britânico, o governo israelense qualificou a proposta como uma "recompensa ao Hamas".
A França também se juntou à iniciativa, com o presidente Emmanuel Macron anunciando que reconhecerá o Estado Palestino na mesma Assembleia Geral da ONU. Essa decisão, que visa preservar a viabilidade da solução de dois Estados, foi criticada por Israel e pelos Estados Unidos. Atualmente, 146 países reconhecem a Palestina como um Estado soberano, incluindo Brasil, Espanha, Noruega e Irlanda, em meio a um contexto de crescente violência na região, que já resultou em mais de 60 mil mortes entre os palestinos desde o início da guerra em outubro de 2023.