Na quinta-feira, 17 de outubro, o Reino Unido e a Alemanha assinaram o Tratado de Kensington, marcando o primeiro pacto de defesa entre os dois países desde a Segunda Guerra Mundial. O acordo, celebrado em Londres pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e pelo chanceler alemão, Friedrich Merz, reflete a busca por uma maior unidade entre os líderes europeus diante de um cenário de insegurança global, exacerbado pela política isolacionista dos Estados Unidos e pela ameaça russa.
O tratado abrange áreas como energia, cooperação econômica e cultural, migração e defesa, e se baseia em um entendimento anterior firmado em outubro, que inclui a defesa mútua, exercícios militares conjuntos e o desenvolvimento de armamentos avançados. O documento incorpora uma cláusula semelhante ao Artigo 5 da Carta da Otan, que estabelece que um ataque a um dos países é considerado uma ameaça ao outro, garantindo apoio militar em caso de agressão.
Merz, que defende a criação de um eixo estratégico entre Reino Unido, França e Alemanha, destacou a importância de uma resposta coordenada à imigração ilegal e à segurança, especialmente após o Brexit. O chanceler alemão também mencionou a necessidade de aumentar os gastos militares da Alemanha, que atualmente é o terceiro maior fornecedor de equipamentos militares para a Ucrânia, atrás dos EUA e do Reino Unido.
Embora o Tratado de Kensington não constitua um bloco militar formal, ele sinaliza um realinhamento do Reino Unido com as duas maiores potências da Europa em questões de segurança e imigração, áreas que se tornaram críticas em função da guerra na Ucrânia e das incertezas sobre o compromisso dos EUA com a Otan.