O governo do Reino Unido anunciou nesta terça-feira (29) que reconhecerá a Palestina como um Estado até setembro de 2023, caso Israel não tome medidas para aliviar a crise humanitária na Faixa de Gaza. A declaração foi feita pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, que destacou a gravidade da situação, com crianças em estado de desnutrição extrema. A decisão ocorre após a França também manifestar intenção de reconhecer a Palestina nas Nações Unidas no mesmo mês.
Starmer detalhou as condições que Israel deve atender para evitar o reconhecimento, incluindo a implementação de um cessar-fogo, a permissão para a ONU distribuir ajuda humanitária e a garantia de que não haverá anexações na Cisjordânia. O primeiro-ministro enfatizou que a mensagem ao Hamas permanece a mesma: a libertação imediata de reféns e a aceitação de um cessar-fogo.
Atualmente, mais de 140 dos cerca de 190 países membros da ONU já reconhecem a Palestina como Estado, incluindo o Brasil, que fez esse reconhecimento em 2010. O governo israelense, por sua vez, criticou a posição britânica, alegando que a mudança representa uma recompensa ao Hamas e prejudica os esforços para um cessar-fogo.
A crise humanitária em Gaza, que já resultou na morte de mais de 60 mil palestinos desde 7 de outubro, intensifica a pressão internacional sobre Israel, que enfrenta crescente isolamento devido à sua postura em relação ao conflito. A ONU já declarou que a fome está sendo utilizada como arma de guerra, uma afirmação que contrasta com as declarações do governo israelense, que nega a existência de fome na região.