As plataformas de redes sociais estão moldando a maneira como os usuários interagem com informações e entre si, segundo uma pesquisa da cientista política Lisa Schirch. Em um cenário global de crise democrática, as escolhas de design dessas plataformas, como feeds mistos de notícias e teorias da conspiração, têm impactos significativos no comportamento humano e na saúde da democracia. A pesquisa destaca que algoritmos são projetados para maximizar o engajamento, priorizando conteúdos emocionais e escandalosos, o que pode prejudicar a precisão das informações e aumentar a polarização social.
Schirch observa que o modelo de negócios das redes sociais, que se baseia na coleta de dados e na publicidade, favorece designs que incentivam o 'scroll infinito' e a comparação social. Isso resulta em um ciclo vicioso onde o tempo gasto nas plataformas se traduz em lucro, mas também em uma deterioração da saúde mental dos usuários. Documentos internos revelam que conteúdos tóxicos são frequentemente promovidos, desafiando a alegação das empresas de que apenas refletem o comportamento dos usuários.
A pesquisadora alerta para o surgimento de uma tecnoautocracia, onde governos autoritários utilizam a tecnologia para controlar a população, disseminando desinformação e propaganda. Apesar da crescente conscientização sobre esses problemas, a falta de supervisão pública permite que um pequeno grupo de bilionários da tecnologia continue a dominar o ecossistema informativo, colocando em risco os valores democráticos e a coesão social. Schirch defende que existem alternativas, com algumas empresas projetando plataformas que priorizam a democracia e a responsabilidade social.