As recuperações judiciais no agronegócio brasileiro atingiram 389 solicitações no primeiro trimestre de 2023, conforme dados divulgados nesta terça-feira pela Serasa Experian. O número representa um aumento de 21,5% em relação ao trimestre anterior e de 44,6% na comparação anual. Os produtores rurais que atuam como pessoa física foram os mais afetados, com 195 pedidos, um crescimento significativo em relação aos 140 do último trimestre de 2022 e 106 do mesmo período do ano passado.
O chefe de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, atribui esse aumento a um "momento financeiro mais desafiador", caracterizado por oscilações nos preços das commodities e uma oferta de crédito mais restritiva. Pimenta destacou que muitos produtores enfrentam custos elevados, longos prazos para recebimento e dificuldades na rolagem de dívidas, o que pressiona o fluxo de caixa e reduz as margens de manobra.
Entre os produtores que atuam como pessoa jurídica, foram registradas 113 solicitações de recuperação judicial entre janeiro e março de 2023, um leve aumento em relação aos 110 do quarto trimestre de 2022 e 86 do primeiro trimestre do ano passado. A análise da Serasa Experian revelou que os segmentos de "criação de bovinos" e "cultivo de soja" concentraram o maior número de pedidos, com 42 e 59 requisições, respectivamente. No total, as empresas do agronegócio registraram 81 pedidos de recuperação judicial no primeiro trimestre de 2023, um aumento em relação aos 70 do trimestre anterior e 77 do ano anterior.