Uma mulher de 31 anos denunciou ter sido questionada sobre sua orientação sexual durante uma entrevista de emprego no Distrito Federal, realizada por videochamada no dia 20 de junho. A candidata, Vanessa Ferreira, estava se candidatando a uma vaga de auxiliar de serviços gerais e relatou que o entrevistador não fez perguntas sobre suas qualificações, mas sim sobre sua vida pessoal, afirmando que a resposta poderia influenciar sua contratação.
A legislação brasileira, em vigor desde 1995, proíbe perguntas discriminatórias em processos seletivos, incluindo questões sobre orientação sexual, religião e estado civil. De acordo com a norma, esse tipo de questionamento é considerado crime, com pena de até dois anos de detenção e multa. Apesar disso, casos de desrespeito à lei ainda são comuns, como evidenciado pela experiência de Vanessa, que decidiu levar o caso ao Ministério do Trabalho.
Especialistas em recursos humanos afirmam que perguntas de cunho pessoal não devem ser feitas durante entrevistas. Rosemary Barbosa, diretora de uma consultoria de RH, destacou que informações sensíveis, como religião e orientação sexual, não devem ser consideradas na avaliação de candidatos. O advogado trabalhista Amaury Andrade alertou que a situação pode configurar crime e orientou as vítimas a reunirem provas e formalizarem denúncias aos órgãos competentes.
A denúncia de Vanessa ressalta a importância de respeitar a legislação vigente e garantir que as entrevistas de emprego se concentrem nas competências profissionais dos candidatos, evitando abordagens discriminatórias que possam prejudicar a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho.