O uso de câmeras com reconhecimento facial no Brasil tem se intensificado, movimentando R$ 14 bilhões em 2024 e com previsão de crescimento de 22% em 2025. A tecnologia, frequentemente associada à inteligência artificial, já é aplicada em estádios, condomínios e áreas urbanas, visando aumentar a segurança pública. O programa 'Profissão Repórter' investigou a implementação e os impactos dessa tecnologia na vida cotidiana dos brasileiros.
Durante a reportagem, especialistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) explicaram que o reconhecimento facial funciona através da comparação de imagens capturadas com um banco de dados, analisando características faciais. No entanto, a precisão do sistema é questionada, uma vez que muitos algoritmos foram treinados com dados predominantemente de pessoas brancas, resultando em dificuldades para reconhecer indivíduos de outras etnias, o que pode levar a erros graves, como prisões injustas.
Em São Paulo, o programa Smart Sampa já conta com cerca de 31 mil câmeras conectadas, contribuindo para a captura de foragidos e a localização de pessoas desaparecidas. O secretário municipal de Segurança Urbana, Orlando Morando, destacou que a tecnologia tem sido eficaz, identificando criminosos mesmo com disfarces. Apesar dos benefícios, o uso crescente de reconhecimento facial levanta preocupações sobre privacidade e viés racial, temas que precisam ser discutidos à medida que a tecnologia se expande pelo país.