A Receita Federal anunciou na quinta-feira (26) o maior valor de arrecadação para o mês de maio desde 1995, somando R$ 230,152 bilhões, um aumento de 7,66% em relação ao mesmo período de 2024. Este recorde representa um crescimento significativo na receita federal, com R$ 1,191 trilhão arrecadados entre janeiro e maio, 3,95% acima do registrado no mesmo período do ano anterior, após a correção pela inflação. O resultado excepcional impulsiona as expectativas para o fechamento do ano, embora haja incertezas sobre a manutenção desse ritmo de crescimento nos próximos meses.
Esse desempenho positivo em maio, segundo o fisco, é atribuído a diversos fatores. O crescimento das alíquotas médias e da taxa de câmbio influenciaram positivamente o desempenho dos tributos do comércio exterior. A alta da taxa Selic também contribuiu para uma maior arrecadação do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre rendimentos de capital. Por outro lado, as receitas administradas por outros órgãos, impactadas principalmente pelos royalties do petróleo, apresentaram queda de 3,52% em maio e de 8,52% no acumulado do ano, totalizando R$ 6,401 bilhões e R$ 52,788 bilhões, respectivamente. Analistas econômicos apontam para a necessidade de cautela, considerando a volatilidade do mercado e a influência de fatores externos sobre a arrecadação.
As projeções para os próximos meses ainda são incertas, dependendo de variáveis como a evolução da economia global e as políticas fiscais implementadas pelo governo. A manutenção de um crescimento robusto na arrecadação dependerá da estabilidade da taxa de câmbio, do comportamento do comércio exterior e da persistência de indicadores macroeconômicos positivos. O resultado de maio, contudo, sinaliza uma situação fiscal mais favorável ao governo, permitindo-lhe maior espaço para manobras orçamentárias. A questão fundamental permanece: será que esse desempenho extraordinário é sustentável a longo prazo, ou representa apenas um pico momentâneo?