Nos últimos dias, os rebeldes houthis do Iêmen lançaram uma nova e violenta campanha de ataques contra navios no mar Vermelho, resultando no afundamento de dois embarcações e na morte de quatro tripulantes. Os ataques, que ocorrem em meio à guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, refletem a escalada das hostilidades na região, onde a guerra no Iêmen se arrasta há quase uma década sem sinais de resolução.
Os houthis, que pertencem à seita xiita Zaydi, tomaram a capital Sanaa em 2014, desencadeando um conflito que atraiu uma coalizão liderada pela Arábia Saudita em 2015, com o objetivo de restaurar o governo exilado do Iêmen. Desde então, a guerra resultou em mais de 150 mil mortes e uma grave crise humanitária, com milhões de iemenitas enfrentando fome e miséria.
Recentemente, os houthis intensificaram seus ataques, utilizando mísseis e drones contra embarcações comerciais e militares, justificando suas ações como uma resposta à ofensiva israelense contra o Hamas na Faixa de Gaza. Entre novembro de 2023 e dezembro de 2024, mais de 100 navios foram atacados, reduzindo significativamente o fluxo comercial pelo mar Vermelho, que movimenta cerca de US$ 1 trilhão anualmente.
O Irã, que apoia os houthis, nega fornecer armas ao grupo, apesar das evidências em contrário. A escalada dos ataques dos houthis também coincide com um aumento de seu perfil regional, à medida que a indignação árabe em relação à situação dos palestinos na Faixa de Gaza cresce. A situação continua a ser monitorada de perto, com a possibilidade de novas intervenções internacionais.