O real apresentou uma leve recuperação nesta segunda-feira, 21, após uma desvalorização de mais de 2% em julho. O movimento foi impulsionado pela desvalorização global do dólar e pela alta de 2% do minério de ferro em Dalian, na China. O dólar à vista encerrou o dia em queda de 0,40%, cotado a R$ 5,5650, após ter registrado mínima de R$ 5,5514 e máxima de R$ 5,6119 durante a manhã.
Leonardo Monoli, diretor de investimentos da Azimut Brasil Wealth Management, destacou que a melhora do câmbio foi influenciada principalmente pelo ambiente externo favorável, sem fatores domésticos significativos que justificassem a valorização do real. A desvalorização do dólar foi observada tanto em relação a moedas fortes quanto a emergentes, refletindo incertezas sobre tarifas e a atuação do Federal Reserve (Fed).
O gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo, observou que o dólar chegou a subir contra o real no início do dia, mas a situação se estabilizou após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que afirmou que o Brasil não retaliará os Estados Unidos em resposta a tarifas sobre produtos brasileiros. Essa declaração ajudou a firmar a queda da moeda americana.
Além disso, o Boletim Focus, divulgado nesta semana, trouxe alívio nas expectativas inflacionárias, com a mediana para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 caindo de 5,17% para 5,10%. Essa revisão também foi considerada um fator que contribuiu para o aumento do fluxo no mercado cambial.