O rastreamento de câncer é uma estratégia crucial para a detecção precoce da doença, mas deve ser aplicado com cautela, conforme orientações específicas. De acordo com especialistas, essa abordagem é eficaz apenas quando há evidências de que a detecção precoce reduz a mortalidade e melhora a qualidade de vida dos pacientes. O rastreamento não deve ser confundido com exames preventivos genéricos, sendo direcionado a grupos de risco definidos por idade, sexo e histórico clínico.
O rastreamento envolve a realização sistemática de exames em indivíduos assintomáticos para identificar lesões precursoras ou tumores em estágios iniciais. Para que essa prática seja válida, é necessário que a doença tenha um período assintomático, que existam exames com boa sensibilidade e especificidade, e que a detecção precoce traga benefícios comprovados em termos de mortalidade.
Entre os tipos de câncer que possuem rastreamento validado, destacam-se o câncer de mama, com mamografias recomendadas para mulheres a partir dos 40 ou 50 anos; o câncer de pulmão, com tomografia de tórax para tabagistas; e o câncer de colo do útero, que utiliza citologia e testes de HPV. No entanto, a realização de exames fora das diretrizes pode resultar em achados incidentais e sobrediagnóstico, gerando mais riscos do que benefícios.
Os protocolos de rastreamento são baseados em evidências e devem ser individualizados, sempre orientados por profissionais de saúde. Essa abordagem visa maximizar os benefícios e minimizar os riscos, respeitando critérios de custo-efetividade e segurança do paciente.