A Raízen anunciou nesta segunda-feira (15) a suspensão das operações da Usina Santa Elisa, situada em Sertãozinho (SP), como parte de uma estratégia de revisão de portfólio. A usina, que integra o portfólio da companhia desde a aquisição da Biosev em 2021, foi desativada visando aumentar a eficiência operacional e reduzir o endividamento. A Raízen é uma joint venture entre o grupo brasileiro Cosan e a petrolífera Shell.
Como resultado da descontinuação, a empresa firmou acordos para a venda de até 3,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, avaliadas em R$ 1,045 bilhão, a serem pagas à vista. A transação abrange apenas ativos biológicos, excluindo as estruturas industriais, com um valor médio de US$ 53 por tonelada, alinhado à média do mercado.
Os compradores incluem grupos com usinas na região, como Alta Mogiana e São Martinho, e a transação está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A São Martinho também anunciou a aquisição de 10,6 mil hectares em contratos de fornecimento de cana, totalizando R$ 242 milhões, com previsão de 600 mil toneladas na safra 2026/27.
A Raízen informou que os recursos obtidos com a venda serão utilizados para reduzir sua alavancagem financeira. A Usina Santa Elisa, fundada na década de 1930, foi uma das pioneiras na adoção de práticas industriais no setor sucroenergético, e sua paralisação reflete a readequação da companhia em busca de maior rentabilidade.