Uma tragédia envolvendo a morte de cavalos após o consumo de ração contaminada foi revelada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), que identificou a origem do problema na fábrica Nutratta Nutrição Animal, localizada em Itumbiara, Goiás. Até o momento, 241 animais morreram em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas, com investigações também em andamento na Bahia e Goiás. A substância química responsável pela contaminação é o alcaloide pirrolizidínico, encontrado em plantas do gênero crotalária, especificamente a monocrotalina.
Os criadores de cavalos estão enfrentando perdas significativas. Um haras em São Paulo, que adquiriu ração da Nutratta nos últimos cinco anos, registrou a morte de 46 cavalos em apenas dois meses. Em Alagoas, uma propriedade que comercializa cavalos de alto valor perdeu 70 animais desde maio, incluindo um dos garanhões mais premiados do país. Os sintomas da intoxicação incluem prostração e falta de apetite, levando à morte em poucas horas após o agravamento da condição.
O MAPA constatou que a Nutratta falhou no controle de fornecimento de matéria-prima, permitindo a presença da crotalária na ração, o que é proibido para equinos. Em resposta à situação, o Ministério suspendeu a produção de ração para cavalos da empresa em 25 de junho, embora a Nutratta tenha obtido autorização judicial para produzir alimentos para outros animais. O impacto financeiro para os criadores é devastador, com prejuízos que podem ultrapassar R$ 2 milhões em alguns casos, forçando muitos a recomeçar do zero.