Nos últimos dias, consumidores em supermercados brasileiros notaram uma redução nos preços de diversos alimentos, oferecendo um alívio momentâneo para o orçamento familiar. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os preços dos alimentos apresentaram uma queda de 0,02% em junho de 2025, após nove meses consecutivos de alta. Essa é a primeira retração desde agosto de 2024 e pode facilitar o planejamento financeiro de muitas famílias.
Apesar da diminuição, a situação ainda requer cautela. Dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) indicam que alimentos consomem 22,6% da renda das famílias que recebem até 1,5 salário-mínimo, um aumento em relação aos 18,4% registrados em 2018. Além disso, a inflação acumulada dos alimentos desde 2020 ultrapassa os 55%, evidenciando um histórico de pressão sobre o custo de vida.
Ricardo de Almeida, diretor financeiro do Cartão de TODOS, explica que a queda nos preços é resultado de fatores conjunturais, como uma safra agrícola favorável e a redução nos custos de transporte. No entanto, ele alerta que essa situação não deve ser vista como uma tendência permanente. Para aproveitar a queda de preços de forma inteligente, Almeida recomenda que os consumidores evitem gastos excessivos e priorizem a organização do orçamento, utilizando a folga financeira para reforçar reservas ou quitar dívidas.
O economista também destaca a importância de um comportamento consciente nas compras, evitando a tentação de adquirir produtos desnecessários apenas porque estão mais baratos. A elaboração de uma lista de compras baseada em um cardápio semanal pode ajudar a evitar desperdícios e garantir que as compras sejam feitas de maneira planejada e eficiente.