O Instituto Argonauta registrou quase 50 encalhes de pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) nas praias do litoral norte de São Paulo em apenas alguns dias. A maioria dos encalhes ocorreu nos municípios de Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela, entre junho e setembro, período em que a espécie, nativa da Patagônia, migra em busca de águas mais quentes e alimento. Dentre os 47 pinguins encontrados, quatro estavam vivos e foram encaminhados para reabilitação veterinária, enquanto os demais foram coletados para investigação das causas de morte.
A coordenadora do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), Carla Beatriz Barbosa, explica que a presença de juvenis debilitados é natural, mas preocupante em grandes quantidades. Fatores como mudanças nas correntes marítimas, disponibilidade de alimento, poluição e doenças podem dificultar a migração dos pinguins, levando a um aumento no número de encalhes. A inexperiência dos juvenis e as condições adversas que enfrentam também comprometem sua saúde.
Apesar das dificuldades, as equipes de atendimento do Instituto Argonauta têm conseguido reabilitar entre 10% e 17% dos pinguins resgatados. O PMP-BS monitora diariamente o litoral da Bacia de Santos, e além dos pinguins, outras espécies migratórias, como lobos-marinhos e baleias-jubarte, também são frequentemente registradas durante o inverno. Especialistas orientam que, ao encontrar um pinguim encalhado, a população deve entrar em contato com as autoridades competentes para garantir o resgate adequado dos animais.