Quarenta das 62 cidades do Amazonas estão em situação de emergência devido à cheia do Rio Negro, que atingiu 29,02 metros em Manaus neste sábado, 5 de outubro. Mais de 533 mil pessoas foram afetadas, com alagamentos em diversas regiões e destruição de colheitas. A Defesa Civil do Amazonas informou que, apesar de não ser a maior marca histórica, a elevação do nível da água ocorreu de forma rápida, em decorrência de chuvas intensas nas últimas semanas.
Os alunos impossibilitados de frequentar as aulas presenciais estão recebendo suporte por meio do projeto Aula em Casa, que foi implementado durante a pandemia de covid-19 e adaptado para situações de inundação. O coronel Francisco Ferreira Máximo Filho, secretário de Defesa Civil, destacou que, embora o nível atual não tenha superado o recorde de 30,02 metros registrado em 2021, a situação é crítica e requer atenção.
A Defesa Civil estima que o nível da água deve se estabilizar e começar a diminuir nos próximos dias, mesmo com a previsão de chuvas contínuas na região. Apenas quatro cidades do estado não enfrentam a cheia, que afeta todas as nove calhas hidrográficas do Amazonas. O coronel Máximo alertou sobre a vulnerabilidade da população, que vive em áreas com déficit habitacional e problemas de infraestrutura.
Para mitigar os danos, o Governo do Amazonas enviou 580 toneladas de alimentos, 57 mil copos de água e 10 kits purificadores aos municípios afetados. Além disso, foram distribuídos 72 kits de medicamentos e uma estação móvel de tratamento de água está em operação nas áreas impactadas. O coronel enfatizou que as mudanças climáticas são um fator significativo para a frequência e intensidade desses eventos extremos.