O Partido dos Trabalhadores (PT) realiza neste domingo, 6 de novembro, sua primeira eleição interna desde a Operação Lava Jato, com cerca de 2,96 milhões de filiados aptos a votar. A expectativa é que aproximadamente 380 mil membros participem da votação, o que representa cerca de 13% do total. A eleição marca o fim da gestão de Gleisi Hoffmann, que esteve à frente do partido nos últimos oito anos, e deve confirmar a vitória de Edinho Silva, ex-ministro e atual prefeito de Araraquara (SP), apoiado pela corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB).
Gleisi Hoffmann assumiu a presidência do PT em 2017, em um período crítico para a legenda, enfrentando desafios como a queda nas filiações e um desempenho eleitoral insatisfatório. Com a volta de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência, o partido busca recuperar sua força histórica no Congresso e nas ruas, apesar de enfrentar dificuldades em diversas votações e depender de alianças pontuais com outras legendas.
A eleição interna reflete duas visões distintas para o futuro do PT. Enquanto Edinho Silva defende uma abordagem mais moderada, focada no diálogo com partidos de centro e setores econômicos, Rui Falcão, seu principal adversário, propõe um retorno às raízes de esquerda do partido. O novo presidente terá a responsabilidade de ampliar alianças e revitalizar a militância, que sofreu com o desgaste da Lava Jato, além de preparar o partido para as eleições de 2024, que contarão com votação em 5.604 municípios, um aumento de 25% em relação a 2019.
O resultado da eleição, que também definirá os comandos estaduais e municipais, será divulgado ao longo da semana. Em Goiás, o PT se reorganiza com a deputada federal Adriana Accorsi prevista para assumir a presidência do diretório estadual, visando fortalecer a base municipal e consolidar alianças com partidos progressistas para as eleições de 2026.