O Partido dos Trabalhadores (PT) protocolou nesta quinta-feira, 10, uma nova representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, solicitando a cassação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O pedido, liderado pelo deputado Lindbergh Farias (RJ) e pelo senador Humberto Costa (PE), alega que o parlamentar tem atuado de forma reiterada no exterior contra os interesses da República.
A representação é um complemento a um documento já apresentado em fevereiro e destaca que a participação de Eduardo Bolsonaro nas sanções econômicas unilaterais impostas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, configura uma afronta à soberania nacional e às normas éticas da função parlamentar. Recentemente, Trump anunciou a taxação de produtos brasileiros em 50%, o que intensificou as críticas ao deputado.
Eduardo Bolsonaro, que reside nos Estados Unidos, defende que sua atuação visa impor sanções ao Supremo Tribunal Federal (STF) e publicou uma nota pedindo que o Congresso analise a anistia ao seu pai, Jair Bolsonaro. O PT argumenta que a Câmara não pode ignorar a conduta do deputado, afirmando que sua permanência no cargo, mesmo licenciado, legitima o uso indevido da representação popular.
Até o momento, a representação contra Eduardo Bolsonaro não foi encaminhada para análise, uma decisão que cabe à Mesa Diretora da Câmara, presidida por Hugo Motta (Republicanos-PB). Em resposta à taxação dos EUA, Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), emitiram uma nota enfatizando a necessidade de diálogo diplomático e comercial, citando a lei de reciprocidade econômica aprovada recentemente pelo Congresso Nacional.